Mas qual lâmpada?

A ASSIL – Associação Italiana dos Produtores de Iluminação – disponibilizou um site muito interessante e que julgamos pertinente para ser traduzido e apresentado ao público brasileiro.

http://www.lampadinagiusta.it

Com um nome autoexplicativo do site – lâmpada correta – a associação fez um artigo que visa esclarecer em geral os tipos de lâmpadas e em que caso um é mais apto do que outro conforme a finalidade.

Informação necessária para termos a consciência, no momento em que precisamos trocar a lâmpada, seja pela queima ou quando pensamos em melhorar o nosso espaço, qual produto escolher.

Afinal, como já escrevemos em alguns posts passados, quanto maior a nossa cultura sobre os produtos de iluminação, melhor será a nossa qualidade de vida!

As características principais são separadas em 3 categorias:

  1. Características físicas
  2. Tecnologia
  3. Desempenho

1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

  • Base – conexão

A base da lâmpada permite a conexão da mesma com o soquete. Existe uma infinidade de bases, de nomenclatura internacional, sendo as mais utilizadas as seguintes:

E27 – o tradicional soquete da lâmpada incadescente, halógena PAR, fluorescente compacta eletrônica e agora, das lâmpadas de led.

GU5.3  – soquete da lâmpada halógena dicróica

  • Forma e dimensão

Hoje em dia, encontramos lâmpadas nas formas mais variadas possíveis. E por isso mesmo, pensando no momento atual do mercado – com a eliminação de alguns modelos de incandescentes e halógenas – o “retrofit” faz com que os fabricantes garantam a substituição por novas tecnologias, também com base na dimensão para serem adaptadas nas luminárias existentes.

IMPORTANTE:

As novas lâmpadas, mesmo emitindo a mesma quantidade de luz respeito a uma lâmpada convencional, podem haver dimensões (altura e diâmetro) diferentes. O que implica isto? Dependendo esta diferença, a lâmpada não se encaixa na luminária existente em casa.

As dimensões se tornaram mais um elemento a ser avaliado no momento da compra-troca de uma lâmpada. Deve-se ter atenção e as fabricantes devem reportar na embalagem essas características.

  • TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO

Por ‘LUMINÁRIA’ vamos tratar o dispositivo elétrico (spot, projetor, arandela, pendente, abajur, lustre) que faz funcionar uma ou mais lâmpadas. Cada tipo de luminária é projetada de forma a considerar as especificações de uma determinada lâmpada. Por isto, é sempre importante conferir na hora da compra as características desta luminária.

127V, 220V ou 12V?

Um dos primeiros itens a ser considerado no momento da escolha da luminária é a tensão de alimentação elétrica. Muitas funcionam com tensão de rede, variando entre 127V (encontrada nas metrópoles brasileiras) e 220V (encontrada em todo o país) ou a 12V (baixa tensão).

Antes da vinda do LED, as lâmpadas mais comuns que funcionavam a baixa tensão eram as incadescentes e halógenas, particularmente as de soquete G4, GU4, GU5.3, GX5.3, GY6.35. Hoje você encontra soluções com tecnologia LED capazes de substituir estas. O importante é sempre saber a proveniência e qualidade do produto.

Já existe na Europa a preocupação de colocar nas embalagens das lampLEDs a informação de qual lâmpada estaria sendo substituída pelo produto, de forma a evitar uma aquisição errônea.

2. TECNOLOGIA

Desde junho de 2012, o Brasil decidiu seguir o restante do mundo e aposentar gradualmente as lâmpadas incandescentes. A motivação principal é o fato de que a eficiência energética (quantidade de potência em W necessária para produzir uma quantidade de luz em lúmens) ser muito modesta.

Para preencher a lacuna que as lâmpadas incandescentes deixarão no mercado, nos últimos anos as fabricantes procuraram desenvolver novas tecnologias para garantir uma maior eficiência energética. Desta forma, consumindo menos potência, as lâmpadas de nova geração contribuem para a redução de CO2 na atmosfera.

Na imagem abaixo se pode conferir as etapas para a eliminação total de produção, distribuição e venda das lâmpadas incandescentes.

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A eficiência energética das lâmpadas é classificada como os eletrodomésticos, CLASSE A, CLASSE B, CLASSE C, etc, de forma a auxiliar o consumidor a entender qual lâmpada consome mais energia elétrica e qual rende mais.

As tecnologias existentes hoje no mercado mais populares para o uso doméstico, são:

  • HALÓGENAS

Da família das lâmpadas incandescentes, as halógenas também tem filamento. A grande diferença é a presença de gás halogênio que permite ao filamento de tungstênio atingir temperaturas mais elevadas, emitindo mais luz e maior duração se compararmos com a ‘prima mais velha’ incandescente.

Por atingir temperaturas muito altas pela sua característica, as halógenas NÃO devem ser tocadas enquanto ligadas.

As halógenas estão disponíveis nas formas clássicas de gota, esfera, vela e linear como emissão luminosa geral e com refletor alumínio ou dicroico como emissão luminosa direcionada, com a opção de diversos fachos de abertura.

O seu funcionamento pode ser em tensão de rede ou a baixa tensão, normalmente 12V. A diferença principal para a existência de formas diferentes de alimentação é que a tensão de rede, seja 127V ou 220V não exige nenhum tipo de acessório para completar o seu funcionamento, basta conectar a lâmpada no soquete da luminária. A baixa tensão, 12V, exige o uso de um transformador que converte a tensão de rede para os 12V. Apesar da desvantagem de necessitar de um acessório, os pontos positivos são a redução de choques elétricos mortais e a maior durabilidade da lâmpada que pode chegar a 5x mais do que uma lâmpada incandescente tradicional.

A maior parte das lâmpadas halógenas podem ser controladas e reguladas diretamente no interruptor sem problemas. Para a versão à baixa tensão, o transformador deve ser compatível com o dimmer.

O dimmer, representado na imagem acima, é o dispositivo – botão ou toque – que regula a intensidade da luz ao invés de simplesmente ligar e desligar a luz como um interruptor normal.

  • FLUORESCENTES COMPACTAS ELETRÔNICAS

As famosas lâmpadas econômicas representam um tipo da tecnologia fluorescente. A característica desta família é a presença de um pó fluorescente no interior do tubo de vidro da lâmpada que em conjunto com gases nobres e uma pequena quantidade de mercúrio, emite luz após uma descarga elétrica. A composição química do pó fluorescente determina a cor da luz e a qualidade dela na reprodução de cor dos objetos iluminados.

Com base E14 e E27, elas surgiram como alternativa às lâmpadas incandescentes, tendo dentro da base plástica o alimentador eletrônico miniaturizado. Devido à necessidade de ter este alimentador para funcionar em tensão de rede, NEM TODOS OS MODELOS SÃO COMPATÍVEIS COM O DIMMER TRADICIONAL.

A lâmpada fluorescente compacta com reator integrado ficou conhecida como lâmpada econômica porque foi uma das primeiras da geração de fontes luminosas com baixo consumo energético para a iluminação.

  • LAMPLED

Esta é a tecnologia mais moderna para iluminação, disponibilizada amplamente no mercado. As LAMPLEDs são da família do LED mas já com forma, dimensão e soquete compatíveis com as lâmpadas tradicionais. Elas utilizam no seu interno o microcomponente optoeletrônico que dá o nome à tecnologia – Lighting Emitting Diode.

Tecnologia descoberta na década de 60, utilizada inicialmente dentro de produtos eletrônicos, o LED foi desenvolvido para o ramo da iluminação a partir de 2000, quando teve um salto na eficiência energética.

Uma das grandes vantagens é a durabilidade muito maior das demais tecnologias, claro que desde que seja instalada e mantida nas condições adequadas. O acendimento imediato e a dimensão diminuta faz com que esta tecnologia tenha um nicho exclusivo de utilizo.

A cor da luz branca do LED inicialmente vinha a partir da combinação de LEDs coloridos RGB – vermelho, verde e branco – o que resultava em diversas tonalidades de branco – do mais azulado (frio) ao mais amarelado (quente) – porém não satisfatória para um uso indiscriminado já que produzia sombras fragmentadas coloridas.

Utilizando fósforos, assim como a tecnologia que vimos anteriormente, a fluorescente, sobre um LED azul, podemos obter a luz branca com a qual estamos habituados.

IMPORTANTE:

Nem todas as lâmpadas de LED são compatíveis com os dimmers tradicionais. 


3. DESEMPENHO

  • QUANTA LUZ A LÂMPADA EMITE?

O lúmen (lm) é a unidade de medida para o fluxo luminoso de uma lâmpada, ou seja, é a quantidade de luz emitida por ela.

Saber quantos lúmens são emitidos é importante para entender a quantidade de luz que a lâmpada produz e se é ou não de acordo com o que o consumidor está procurando.

Uma lâmpada incadescente de 100W tem um fluxo de cerca de 1400lm, enquanto que uma de 60W tem 740lm.

  • EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A eficiência é a relação do fluxo luminoso (lúmen) de uma lâmpada pela potência (watt) que esta emprega ao ser ligada.

É o parâmetro encontrado de classificação da eficácia de uma lâmpada, independente da tecnologia utilizada. Quanto maior fluxo e menor a potência, mais eficiente é a lâmpada.

  • ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR (IRC)

As cores que vimos sob uma luz aritificial é a relação da emissão da luz e a sua característica em reproduzir fielmente a cor do objeto que nela incide.

Como padrão, o SOL  é a única fonte luminosa que reproduz com uma fidelidade perfeita de 100% as cores de tudo o que vimos. Por exemplo, se uma lâmpada tem como característa a reprodução entre 90 e 100%, a sua qualidade é ótima. Quanto mais baixo o índice indicado pela fabricante, mais comprometida fica a visualização e diferenciação das cores.

  • TONALIDADE DA LUZ – TEMPERATURA DE COR

A temperatura de cor indica a tonalidade da luz emitida pela lâmpada. A unidade de medida é feita em grau Kelvin (K). É por causa desta característica que falamos de uma luz ser ‘fria’, ‘morna’ ou ‘quente’. Já escrevemos sobre o assunto no post Esse tal de Kelvin.

Uma lâmpada halógena varia de 2500 a 3100K, dependendo do modelo, o que dá o tom mais amarelado da sua emissão.

Uma lâmpada fluorescente compacta pode ser 2700K ou 6500K, conforme os padrões disponíveis no mercado, e por isto a primeira é amarelada e a segunda é azulada.

A extensão do artigo acabou se tornando longa, porém espero que você, leitor, tenha não só desfrutado do conteúdo como também absorvido uma parte das informações.

Estas são somente a base mais sintética possível para aproximar o consumidor, esclarecendo melhor as tecnologias mais usadas a níveis domésticos. Em um futuro próximo, estaremos disponibilizando mais conteúdo com a finalidade de formar uma cultura da luz, gerando mais esclarecimentos por parte de todos e difundindo a importância da percepção dos espaços através da iluminação, natural e/ou artificial.

O Mestre da Luz

Codinome dado para Henning Larsen, arquiteto dinamarquês, por utilizar nos seus projetos como um dos elementos fundamentais a iluminação natural e artificial. Por que ele está tendo o seu espaço no blog? No dia 22 de junho, aos 87 anos, Larsen faleceu enquanto dormia.

Mas vamos homenageá-lo mostrando as suas melhores obras! Afinal, deste mundo nada se leva!

Até hoje, poucos são os arquitetos que realmente conseguem dominar com maestria e qualidade todas as condicionantes para a excelência na projetação.

Contando com mais de 200 profissionais ao seu dispor no seu escritório baseado em Copenhagen, Larsen era responsável por desenvolver projetos em todo o mundo.

De traços característicos, assim como Niemeyer, este ano uma de suas últimas obras finalizadas, a Harpa Concert Hall and Conference Centre, ganhou o prêmio Mies Van der Rohe 2013. O projeto, situado na cidade de Reykjavík da Islândia, conta com a  colaboração da empresa local de arquitetura, arquitetos Batteríið e se inaugurou em agosto de 2012.

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Transparência, luz e natureza foram os conceitos chave para o projeto.

A obra, localizada entre a terra e o mar, se destaca por refletir a paisagem – porto e céu – e a animação da cidade. As auroras boreais e a dramaticidade da natureza da Islândia serviram de inspiração para o projeto.

As montanhas maciças aparecem formalmente nas salas, formando um forte contraste com a fachada expressiva e aberta. A maior sala, a sala principal de concertos, se localizada no centro.

As fachadas foram elaboradas com a colaboração entre Henning Larsen Architects e Olafur Eliasson (sim! ele novamente aqui entre nós) e a empresa de engenharia RambøllArtEngineeringGmbH . A fachada sul, por exemplo, é feita em vidro e aço com um sistema geométrico modular de mais de 1000 módulo,  Semelhante a um caleidoscópio de cores.

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Harpa_Concert_Hall_02

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imagens do site Henning Larsen Architects

Cor e luz: Peter Struycken

Hoje, véspera de Páscoa, vamos colocar um pouco de cor nos projetos!

O holandês Peter Struycken é conhecido pela sua intrínseca relação com a cor. Formado em Artes, Struycken trabalha com diferentes tipos de instalações artísticas, como pinturas, desenhos, tecidos, cinema, mídias digitais e design de espaços interiores e exteriores. Nestes últimos, muitas vezes usando o recurso do controle da luz pela informatização.

Peter Struycken

Peter Struycken

Em 1969 ele usou pela primeira vez um computador para uma obra de arte. Desde então, passou a ser elemento-chave de sua pesquisa sobre a visualização de estruturas. Lógica, precisão e variação são as diretrizes para o seu trabalho. Struycken cria uma estrutura base que serve para criar uma infinidade de formas, cores e processos.

‘Splash’ é o nome de um programa informático criado por Peter. Da apresentação, o artista acabou por explicar o seu pensamento:

“No curso dos últimos séculos, particularmente na Europa, as artes plásticas se desenvolveram através da esfera pessoal, estritamente individual. Antes de mais nada, as pessoas ainda buscam transmitir as suas emoções nela. (…) A arte pode ser comparada a um organismo vivo, a substância da qual pode ser definida, mas a essência que escapa de qualquer análise.”

No entanto, é verdadeira a percepção de que pinturas e esculturas se fazem notar primeiramente por significados visuais, estes dispostos pelo artista em uma determinada maneira, ainda muito intuitiva, revelando o seu temperamento quando em criação.

Alguns artistas, entretanto, mostram uma crescente tendência em banir o elemento pessoal da arte para determiná-la a partir de regras particulares. Tal arte estaria então em um patamar acima de preferências subjetivas ou conceitos como bonito ou feio; a obra torna-se o resultado de uma lógica, matemática e como tal, verdadeira.”

“Eu tenho procurado pelo significado elementar da expressão e formulei as minhas descobertas em um conjunto de proposições: a minha proposta é mostrar que forma e cor podem ser correlacionados matematicamente. E o resultado não é apenas a unidade completa mas a comprovação de que ela pode ser calculada. Esta fórmula pode ser de grande valia no planejamento urbano, arquitetônico e do design industrial.”

Splash é um programa que permite explorar a cor com uma série de condições logicamente formuladas. O seu caráter é formalista, sem conteúdo ou significado. O resultado da execução do programa o número de cores ou série de padrões de cores. A ideia é determinar a forma da mudança entre as cores, se gradual, se contrastante, pequena ou grande. A diferença entre as cores no seu padrão é muito mais importante que os padrões de cores em si. É este o objetivo do programa: indicar o tipo e o grau da variação, o que é bonito e o que é feio.

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Splash – cores em valores numéricos

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Splash – os valores numéricos em cores

Na iluminação arquitetural, ele usou estes instrumentos para executar o lighting design do Muziektheater em Amsterdam, assim como para o auditório da Faculdade de Beatrix, a Sala de Concerto de Tilburg e a colunata do Netherlands Architectuurinstituut (Instituto de Arquitetura) em Roterdam. Você pode conferir algumas fotos que mostram a dinamicidade do programa, que altera a cada 10 minutos as cores do espaço.

caminhando pelas colunas

caminhando pelas colunas

São 550 metros de colunas iluminados linearmente como linhas de tela, formando um imenso arco-íris. Com um sistema de engenharia simples – lâmpadas azuis, vermelhas e vermelhas – o computador comanda a variação da intensidade de cada uma, o famoso sistema RGB, transformando as 3 cores em infinitas opções.

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Uma feliz e colorida Páscoa a todos!

Fonte:

  • atariarchives.org
  • nl.wikipedia.org
  • mymodernmet.com

Feliz Primavera 新年快樂

A festa acontece no hemisfério oriental, e é chamada de Festa da Primavera. No ocidente do planeta é chamada de Ano-Novo Chinês, mesmo sendo ela comemorada por quase todo o continente asiático.

O ano acabou de começar!

O calculo é feito através da análise dos ciclos solar e lunar, base do calendário chinês, por isso ela é flexível – entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro. Cada Lua Nova representa um novo mês. Este ano, a data caiu exatamente HOJE!

Então, FELIZ ANO NOVO!!

O povo é festeiro como brasileiro (no bom sentido claro)… Originalmente seriam 15 dias de comemoração, que culminariam no grand finale com a festa das Lanternas. A origem? Uma lenda, do monstro Nian que a cada 12 meses aparecia para se alimentar de humanos. Como evitar o massacre? Só tinha um modo: assustar ele com  estrondos rumorosos e usando a cor vermelha. Daí nasceu a tradicional queima de fogos de artifício*.

Já repararam que a luz está sempre presente de alguma forma?

A festa em si hoje se reduz entre 1 e 3 dias dependendo o país onde é comemorada, mas durante esses 15 dias as famílias ficam reunidas, e se procura usar vestidos na cor vermelha. Mais detalhes voce pode encontrar no site – em italiano – ilsussidiario.net

* origem do fogo de artificio: nasceu justamente na Asia (voce lembra da aula de Historia no colégio, quando se aprende que a polvora foi levada para a Europa depois dos descobrimentos – cruzadas, grandes navegaçoes?). Os fogos de artificio, coloridissimos e barulhentos, sao considerados como uma maneira eficaz para espantar os espiritos malignos – eles tem medo da luz e da confusao. (olha a luz de novo! espantando quem nao é legal). Nao vamos esquecer que o manuseio deles continua sendo perigoso.

 

 

Contraste.

Muito bem, depois de todos esses dias sem escrever um artigo para o blog, resolvi pegar um tempo e me concentrar em algum tema mais teórico para fazer entender o porquê me é tão fascinante o mundo da iluminação. A luz como qualquer elemento físico comporta várias características, diferentes e paralelas: índice de reprodução de cor, temperatura da cor, contraste, entre outros mais técnicos como luminância, iluminância, etc.

Hoje o contraste ganha espaço.

O ato de ver implica na recepção de infinitas modulações luminosas presentes no ambiente observado. Um objeto parece tal à nossa visão porque ele se delimita sobre um fundo, mais ou menos iluminado, ou então porque as suas partes têm diferentes níveis de iluminação.

Isso se dá porque o olho humano percebe a diferenciação da luminância. Como?

Quando se varia a intensidade de luz do objeto observado, alguns elementos do olho reagem proporcionalmente: a íris age como um diafragma da máquina fotográfica, regulando quanta luz entra nos nossos olhos. As pequenas fibras muscolares dela – circulares em forma concêntrica – se contraem, reduzindo assim a área da pupila.  Já as fibras em forma de raios agem na maneira oposta, dilatando a pupila quando necessário. O vídeo a seguir mostra exatamente o que todos nós estamos acostumados e já não reparamos direito…

O interessante é que a proporção do dilata-contrai é proporcional à relação entre a MÉDIA geral da iluminação no espaço e os picos – mais e menos – iluminados. É como se automaticamente as fibras da íris fizessem um cálculo matemático rápido para chegar então ao quanto deve alterar a área da pupila.

Isso explica perfeitamente as imagens utilizadas como exemplos de ilusão ótica abaixo.

ilusao de otica

Os retângulos centrais são da mesma tonalidade de cinza?

Com o fundo escuro do retângulo à esquerda, o olho acaba percebendo o cinza no centro com maior contraste, resultando mais claro do que o retângulo interno à direita, mesmo não importando se ambos são exatamente o mesmo cinza. Você pode fazer a prova, imprimindo as imagens e sobrepondo-as: será a mesma cor.

A precisão visual do espaço melhora com a presença de contrastes marcantes nele. Ver não está relacionado somente com a quantidade de luz, mas também com a sua variação, o contraste.

E o melhor de tudo é que, mesmo tendo a melhor situação de contraste, cada um percebe de forma particular os detalhes do ambiente que se encontra, não importa a atenção e concentração que aplica. Essa precisão visual serve mais à medicina oftalmológica que aos lighting designers, mas ignorando problemas patológicos ou outros defeitos, na iluminação esse conceito se aplica fornecendo uma maior quantidade de luz para atividades que exigem maior atenção visual, com a correta diferenciação entre o plano de trabalho e o fundo do espaço. O resultado é oferecer a situação mais confortável possível para desenvolver a ação, causando menos fadiga ao músculo ocular.

Ou seja, um ambiente bem iluminado é sim um ambiente mais saudável, seja ele doméstico ou profissional, trazendo mais qualidade de vida ao usuário.

fonte:

Lighting. Forcolini, Gianni. Ed. HOEPLI. 2008