Luminale 2012. contagem regressiva

Paralelamente à feira Light+Building, sobre a qual escrevi nos últimos dias neste post, há 5 edições, Frankfurt e região abriga o evento urbano Luminale.

São instalações luminosas encontradas em diversos pontos das cidades, na rua ou em edifícios históricos, abertos à visitação do público internacional que ali se encontra para a feira. Para facilitar, a prefeitura de Frankfurt am Main coloca à disposição linhas de ônibus que faz o circuito deste evento pela cidade. Como citei, não se trata só de Frankfurt, então para quem não tem carro, têm ônibus que levam os turistas às outras cidades participantes da Luminale. A curadora do evento, Helmut Bien espera cerca de 140.000 visitantes diretos e mais 3 milhões de visitantes ocasionais.

Vamos aos números: chegando à 6ª edição em paralelo ao Light+Building, este ano serão cerca de 170 instalações e intervenções luminosas, colocando a Luminale no patamar mais elevado dos festivais de design e arquitetura da Europa. 100 delas se encontrarão em Frankfurt, tendo o centro das atrações no Jardim Botânico Palmengarten. Outras cerca de 40 instalações poderão ser vistas em Offenbach, nas áreas de Heyne Fabrik, nos bancos do rio Main e no centro histórico Mainz.

A Zumtobel será patrocinadora de um “barco de luz”, uma instalação interativa ancorada próxima ao Städel Museum, criada pela Mainz University of Applied Sciences.

Claro a projeção digital nas fachadas mais importantes da cidade não deixarão de faltar. Próximo ao Senckenberg Natural History Museum, os visitantes poderão participar da instalação luminosa e sonora desenvolvida por Philipp Geist. As fachadas do Zeil-Galerie ao Sparda Bank, no Tower 185 e no Tishman Speyer terão inúmeras intervenções.

Na prática, a vantagem de patrocinar essas instalações faz com que se explore ao máximo toda a tecnologia do campo da iluminação. Controle e gestão da luz, sensores e softwares serão testados durante a feira. Dessa forma, no futuro todos estes sistemas poderão ser utilizados para favorecer a população a ter uma iluminação mais eficiente, seja em qualidade, seja em eficiência energética.

Em termos de “energia verde”, a atenção estará voltada para o OLED – Organic LEDs. Material que está sendo pesquisado nos últimos 5 anos e que deu o prêmio “Germain Future” ao Fraunhoffer Institute em 2011.

Uma das instalações previstas será Ovo, parceria belga do estúdio ACT Lighting design  e do escultor Odeaubois, como eles mesmos definem:

A sensory experience to live, in the heart of a luminous egg, symbol of birth, unity and perfection. An installation by ACT lighting design (lighting & scenography) and Odeaubois (sculpture). The purpose of OVO is to offer an art object, global and multi-sensory in scope, to which a dimension of a luminous event is added, provided by the plays of light and the visual and acoustic animations. The visitor is invited to walk on the water to reach the interior, as if to vanish into a metaphysical mist. The watery surface reflects the egg-like structure, the lighting, and also the silhouettes of the visitors which bring the surface to life by their passage. Seen from inside, the sense of intensity, of being drawn towards the sky, underlines the dynamism conveyed by the forms of the structure.

Para quem conseguir dar uma passada lá, ou estiver interessado no que o evento oferecerá este ano, no final de março foi divulgado o programa no site http://www.luminale.de.

Cor e Luz.

Chegou a hora de mostrar alguns projetos de iluminação. Passeando por alguns dos meus favoritos sites de design, acabei me deparando com um apartamento muito interessante no DesignBuzz.

A Anna Marimenko, artista e designer, desenvolveu este apartamento para hóspedes. Com a vantagem de ser um espaço de estadia breve, ela resolveu brincar com elementos e cores marcantes. E fez das luminárias composições que se harmonizaram perfeitamente aos ambientes e ao colorido, se mimetizando ao mobiliário.

Sobre as cores, ela tentou chegar a um equilíbrio, sem ser demasiadamente repetitivo e cansativo para os olhos, e sem ser apenas “uma mancha colorida num fundo branco”, como ela mesma definiu. O resultado ficou muito interessante, quebrando o cotidiano monótono e monocromático. O segredo para as cores não pesarem tanto? Piso e teto brancos. Parece besteira, mas faz toda a diferença na percepção espacial final.

No projeto ela utilizou produtos de renome e fama internacional, principalmente made in Italy.

Para a iluminação, foram utilizadas luminárias da mesma forma mas com dimensões e aplicações diversas: as esferas das linhas Castore e Dioscuri, ambas desenhadas por Michele De Lucchi e produzidas pela Artemide, com o difusor em vidro, e as lâmpadas suspensas BingoIngo da Alt Lucialternative, criação de Admir Jukanovic.

Na Sala de Estar se pode entender o conjunto das cores e luminárias escolhidas. Suspensas, tipo plafond ou apoiada na mesa, a uniformidade se dá pela forma esférica e difusão luminosa. Design Michele De Lucchi - Castore e Dioscuri de Artemide.

O hall do apartamento conta com a iluminação principal fornecida pelo Established & Sons Corner Light de Peter Bristol. Uma idéia interessante para quebrar a ortogonalidade dos ângulos do ambiente, se destacando também do amarelo presente em todo o espaço. Apoiada na prateleira, vemos a versão de mesa da Dioscuri.

Na cozinha as luminárias suspensas BingoIngo auxiliam o momento de cozinhar, colocando uma luz concentrada na superfície de trabalho manual. Dica importante para ver bem o que se faz, evitando correr riscos de acidentes domésticos. No corredor de passagem, para valorizar a altura do espaço, foi a vez de uma composição de Dioscuri em diferentes diâmetros.

O layout luminotécnico esquemático com as imagens das luminárias escolhidas.

 

Aqui foram citados:
Artemide
ALT Lucialternative
Peter Bristol
Anna Marimenko
DesignBuzz

abril. o mês da luz.

Uma feira que acontece a cada dois anos e este ano chega na sua sétima edição. Está se aproximando o momento de participar deste evento, cada vez mais consagrado, no que se refere a mostrar ao público toda a pesquisa e produção na iluminação mundial, eletrotécnica, gestão e controle da luz.

Estou falando da Light+Building, que acontece sempre em abril, frequência bienal, em Frankfurt Alemanha. Quem é da área sempre dá um jeito em aparecer para ver as tendências dos próximos anos.

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Na última edição que se realizou em 2010, a feira atraiu mais de 180.000 visitantes, sendo 43% dele do exterior. A atração que acaba fidelizando e ampliando o seu público, é o fato que dentro da feira você encontra praticamente tudo o que está ligado com a iluminação: luminárias de design das maiores e mais renomadas empresas do mundo, componentes luminotécnicos e acessórios.

Em 2010, a cidade de Frankfurt contou com eventos paralelos à manifestação: teve a premiação da segunda edição do Concurso de Idéias do AIDI – Associação Italiana de Iluminação – com parceria do Gruppo Cariboni, há mais de 100 anos atuando na área energética.
A iniciativa, voltada para o mundo universitário se destaca pela sua importância cultural e didática teve como vencedores Francesco Guastella e Saara Sofia Ingeborg Jaaniten com o produto “Twist”, desenvolvido para o âmbito urbano.

Além dos tradicionais nomes, já consolidados no mercado luminotécnico mundial como Axo Light, Artemide, Catellani&Smith, Flos, IGuzzini, algumas empresas se destacarams em 2010 que ganharam espaço na mídia. São elas:

Lucente – fabricante de luminárias para ambientes interno, a luminária de piso Semjase impressionou pela sua dimensão. Desenhada pelo Studio Santantonio. Com a estrutura em poliuretano expanso, se destaca pelo perfil delgado, remetendo às imagens”extraterrestres”. O arco acaba permitindo uma área mais ampla iluminada auxiliada pela orientabilidade da parte superior.

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O projetor Kalypso desenhado por Paolo De Lucchi, em versões suspensa, à parede e tipo plafond foi outro destaque da marca. A particularidade do produto é dada pelas bolhas escavas na parte superior da calota. A grande jogada é também o utilizo da tecnologia a LED, com baixo consumo de energia e por isso mais procurada.

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Sao, luminária fixada na parede ou teto e Style, com aplicação a suspensão ou parete, foram outros dois produtos muito comentados para o uso não só residencial mas também do setor Contract, Hoteleiro.

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Metalspot – outra empresa italiana que tem como lema o respeito pelo ambiente e a atenção ao detalhe e apresentou muitas propostas com LED. O modelo Epsilon, suspenso, tem como designer o famoso Karim Hashid. O diferencial é o material utilizado: espelho AntichMirror.

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Já a suspensão Tratto brinca com a leveza dos prismas luminosos.

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O mundo visto pelos astronautas

Nos afastando do planeta teríamos idéia do quanto a civilização marca o território através da iluminação.

Fotos noturnas mostram a interferência da vida urbana na paisagem, interagindo com outros fatores naturais.

É o caso das fotos feitas pelos astronautas. As mais impressionantes são as que mostram a beleza da Aurora Boreal com a iluminação das cidades causa um efeito contrastante da monocromia da artificialidade das lâmpadas com a intensidade de cores da atmosfera.

foto AFP feita em fevereiro de 2012. A aurora boreal e o estado de Washington, USA.

foto Andre Kuipers - 28 de março 2012. Em primeiro plano a ilha da Irlanda, seguida pelo Reino Unido com a aurora boreal no horizonte.

Na Europa existe a preocupação do excesso de iluminação utilizada durante a noite. Normas e Recomendações estão sendo elaboradas a níveis nacionais e regionais para controlar o fluxo de luz emitido no espaço.

A questão não nasce do problema do desperdício de energia ou do consumo excessivo de energia elétrica. Ela vai muito além: com tanta iluminação na cúpola celeste, é praticamente impossível para os astrônomos visualizarem as estrelas, constelações e tudo o mais que estiver no espaço. Como o continente é densamente ocupado, os centros de observação se encontram em zonas povoadas, muitas vezes próximas a grandes zonas urbanas.

Levando um pouco adiante esse problema, a fauna e flora também são diretamente prejudicados. Só não ganham tanta importância no discurso porque infelizmente eles quase não existem mais…

Quando vamos começar a tratar a iluminação com a competência necessária?